Desde o apito final do árbitro Wagner do Nascimento, muito já se falou sobre o inacreditável Santos 3 x 4 Goiás. E sobre como o gosto da esperança voltou ao paladar dos esmeraldinos.
Mas antes de começar de fato o texto, é preciso frisar bem. Ele é sobre história. E o Goiás tem muita história na Série A.
Ainda que sempre como coadjuvante, o Verdão não chegou à elite do esporte brasileiro ontem. Junto com Sport, Bahia, Athletico Paranaense e Coritiba, sempre formou o primeiro time fora dos considerados 12 grandes do eixo RJ-SP-MG-RS.
E dentro dessa história esmeraldina no futebol está o Santos participando de muitos momentos importantes, bons e ruins.
A primeira partida memorável da trajetória nacional do Goiás foi em 1974 e é celebrada sempre que ocorrem fenômenos como o deste domingo pela velha guarda da torcida: o empate por 4 a 4 com o Peixe, depois de estar perdendo por 4 a 1, em pleno Pacaembu. Em campo, estava um tal Pelé, mas quem fez o nome foi Paghetti.
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Em 1983, na melhor campanha do Verdão no Brasileiro até então – e com o melhor Goiás de todos os tempos em campo, na opinião deste blogueiro –, foi com o Santos o confronto das quartas-de-final. Dois empates (0 a 0 aqui, 2 a 2 lá), mas a vantagem de resultados iguais era dos paulistas.
Foi em um jogo com os santistas que um atacante franzino chamado Araújo apareceu para o Brasil. Uma virada de 4 a 3, como a deste domingo, na mesma Vila Belmiro. Classificação épica na Copa do Brasil de 1999, um ano após ser eliminado em apenas um jogo para o mesmo adversário, em um 5 a 2 no Serra Dourada.
Foi na Vila, e não no Serra, que o Goiás impôs sua maior goleada no duelo: um incontestável 4 a 0 no Brasileiro de 2008, com gols de Iarley (2), Alex Terra e Romerito.
E foi aqui, no Serra Dourada, contra o Santos, talvez o jogo mais traumático da história esmeraldina na Série A, em 2013: uma vitória simples levaria a uma vaga na Libertadores, mas um irreconhecível Goiás perdeu de 3 a 0. Muito se especulou sobre as circunstâncias desse jogo, mas o que de fato aconteceu foi o afastamento de boa parte dos torcedores mais fiéis, cansados de se verem frustrados.
Em meio a tudo isso muitas partidas cheios de gols, incluindo dois 3 a 3. Certamente (e agora falo sem provas, mas com muita convicção), o Santos é o clube entre os 12 maiores com quem o Goiás tem a maior média de gols pró e contra.
O fato é que, ao fim do primeiro tempo, se havia expectativa de repetição de sete gols, era de um placar semelhante ao horrível (para nós) 6 a 1 da temporada passada. A forma com que tudo ocorreu, porém, repetiu um outro resultado: o 4 a 1 (para nós) do segundo tempo de 2015 no Serra Dourada.
Só não pode é repetir o final da história de 2015…
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LINCOLNEANAS
* * * * * Por mais criticado que seja, Rafael Moura é necessário neste Goiás que pretende não ser rebaixado. Seu espírito de luta fez muita falta contra o Ceará e fez a diferença em Santos. Até por conta de tudo que passou nos últimos tempos, incluindo a morte de sua mãe, vejo sinceridade e determinação da parte dele em buscar tirar o clube dessa situação. Nem vou falar do golaço.
* * * * * E se a derrota vexaminosa no meio de semana em casa havia sepultado o sonho alviverde de ficar na Série A, a vitória milagrosa sobre o Santos na Vila Belmiro é uma espécie de ressurreição. Tomara que o futebol que a equipe estava praticando até o jogo contra o Inter tenha se reavivado de fato.
* * * * * O futebol brasileiro ficou de luto neste domingo por mais uma tragédia aérea. O voo que traria quatro jogadores do Palmas e mais o presidente do clube, Lucas Meira, para jogar com o Vila Nova pela Copa Verde era comandado pelo piloto Wagner Machado. Não houve sobreviventes. Lucas era filho de Adair Meira, diretor-presidente do grupo Sagres de comunicação, e de Jacqueline Vieira, ex-secretária de governo em Goiás. Às famílias enlutadas, nossos sentimentos e nosso conforto.
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