Os donos da casa ficaram empolgados além da conta com a goleada. Justificável. Mas, para passar pelo Egito, precisa torcer para Mohamed Salah ter dor de barriga na véspera
Perdi a solenidade da abertura da Copa e, parece, um dedo malcriado de um cantor que eu não reconheci passando agora com o volume baixo da TV para me concentrar neste texto.
Na verdade, estava na rua e não me ligo muito em apresentações do estilo. Queria ver mesmo era o jogo. Rússia e Arábia Saudita prometiam fazer um espetáculo ainda mais deprimente que o dedo do cantor, motivo pelo qual, depois dos 90 minutos, fiquei muito satisfeito.
É que eu já tinha errado o bolão (apostei empate por 1 a 1) quando os russos fizeram o segundo gol.

A satisfação veio pelo fato de, com o 5 a 0 inesperado, ninguém mais ter acertado o bolão. Para quem gosta de gols, muitos gols, foi interessante. Mas, em termos de nível, de qualidade, um jogo desses abrindo a maior competição de um único esporte é uma blasfêmia.
A partida foi a vitória de um time bastante limitado sobre um time sofrível. A briga no Grupo A vai girar agora em torno de quem dará a maior goleada sobre os sauditas, que podem se dar por satisfeitos se fizerem um gol pelo menos, nos dois jogos que restarão (acho difícil).
A Rússia ficou empolgada além da conta, o que é justificável. Mas, para passar pelo Egito, precisa torcer para Mohamed Salah ter dor de barriga na véspera. Um jogador como Salah, ainda que sozinho, faz um estrago de Kalashnikov na zaga “soviética”.
Amanhã, a meu ver, se enfrentam as duas seleções favoritas para passar de fase pelo Grupo A: o Uruguai de Suárez e Cavani e o Egito de Salah. Claro, nossos vizinhos são muito favoritos, principalmente se o goleador Faraó for poupado do outro lado.