Benedito Lacerda de Camargo mudou seu nome e a história de muitas pessoas ao se tornar Frei Marcos. Foi assim, ao ganhar a identidade de frade dominicano, que ele passou a dedicar a vida à missão de ajudar o próximo, notadamente os mais excluídos.
Frei Marcos morreu no fim da tarde deste domingo, 26/5. Ou, como melhor assinalou o perfil de sua Diocese de Goiás no Instagram, ele “fez sua Páscoa”, aos 89 anos, depois de passar por um quadro de pneumonia.
O religioso estava internado em Goiânia, no Hospital Neurológico. A cerca de 130 quilômetros dali, o Hospital de Caridade São Pedro D’Alcâncara, o tradicionalíssimo prédio às margens do Rio Vermelho, na cidade de Goiás, perdia seu diretor.
Em seu perfil no Facebook, a jornalista Carla Monteiro fez um relato que dá uma pequena medida da figura de Frei Marcos. “Ele trabalhava ao menos 10 horas por dia, entre atividades sacerdotais e administrativas. Era sempre acionado em decisões importantes, por isso não desgrudava do celular. Em 2015, iniciou um grande movimento para construir a primeira Clínica de Hemodiálise da Região Rio Vermelho. Com doações da população, conseguiu. Pronta, a clínica atende os pacientes hemodialíticos por meio do SUS, beneficiando mais de 130 pessoas. Um trabalho de pura resistência e caridade”, escreveu.
Muito envolvido em trazer a espiritualidade para a experiência prática, nos gestos aos mais pobres e nas políticas públicas, Marcos era um ferrenho defensor dos direitos humanos e das causas sociais em geral — algo que a Diocese de Goiás guarda como sua particularidade, legado de Dom Tomás Balduíno seguido por Dom Eugênio Rixen.