Elder Dias
Depois da proeza de arrancar um ponto do Palmeiras em plena arena do adversário jogando com o mistão, uma pergunta interna me ocorria: e agora, com a volta do time principal?
Afinal, seria a mesma equipe que não convenceu ninguém em jogos-treinos contra sparrings de divisões inferiores.
O duelo contra o Fortaleza seria um momento tira-dúvidas, enfrentando um rival direto na verdadeira luta que o Goiás tem neste ano — a sobrevivência na Série A.
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E veio o teste. E, depois de 90 minutos, a dúvida está resolvida: ou o time faz um cavalo de pau de 180 graus ou vamos cair.
Seria prematuro dizer isso se esta quarta-feira e seu resultado tivessem sido fruto do acaso, acreditando no que o treinador Ney Franco disse na coletiva pós-jogo:
“Foi muito abaixo do esperado”
Não, não foi. Foi o esperado. O que ocorreu é o que está sendo criticado desde o início do ano. Não há uma jogada, não há intensidade alguma, parece que o ato de jogar futebol para a equipe se resume em cumprir uma função burocrática até acabar o horário de expediente.
Ah, mas e os jogos da Copa do Brasil contra Santo André e Vasco? Foram os pontos fora da curva, talvez por alguma motivação extra que botou algum sangue nas veias dos atletas esmeraldinos.
Fora isso, o time escalado (sem Breno, o melhor em campo nos jogos anteriores) e as substituições condenam Ney Franco. Ele já é experiente demais para cometer tantos erros num jogo só.
Um “acidente de percurso” na derrota por 3 a 1 para o Fortaleza na Serrinha, foi o gol achado de Jefferson, muito feliz no chute (o lateral é um dos poucos que sabem bater na bola de longa distância).
O Fortaleza foi preciso: três finalizações certas, três gols. Mas, mais do que isso, mostrou muito mais vontade de vencer.
E vontade, num campeonato equilibrado como é o Brasileirão, é tão importante quando esquema tática. Na noite desta quarta, o Goiás não teve nem vontade nem tática.
Todos os torcedores esperam que o desempenho sofrível tenha sido não “acidente”, mas uma ressaca pós-covid.
Porque, se os jogadores saíram da quarentena, a quarentena não tinha saído dos jogadores.
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LINCOLNEANAS
* * * * * Para começo de conversa e tarefa de casa: revejam (alô, Ney Franco), os três gols do Fortaleza. A impressão que se tem é de estarem jogando o Barcelona da melhor fase contra uma seleção da Oceania, no International Superstar Soccer Deluxe no Super Nintendo.
* * * * * O clássico de sábado à noite chega em hora-chave: apesar da derrota de 3 a 0 para o Inter fora de casa, o Atlético é nitidamente um time com conjunto, que sabe o que faz em campo. Tecnicamente, seriam favoritos, ainda mais sem torcida. A rivalidade, porém, pode equilibrar o confronto.
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